Combatentes na Fé

Aproveitando com as próprias faltas no campo de batalha

Uma coisa é certa, se nos ferimos, é por que estamos no campo de batalha lutando pela santidade, diz o hino “crux Fidelis”( ó cruz fiel) que se canta na sexta feira santa: “temos de secundar os planos do redentor que a igreja nos desvenda, combater o maligno com as suas próprias armas, voltar contra ele os seus artifícios e achar remédio para as feridas que nos inflige”. É necessário tirarmos proveito até mesmo dos nossos erros como o apóstolo São Paulo escreveu: “ sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,18) até das nossas próprias faltas se tira bons proveitos para vencer o inimigo; assim como um general aprende com a perca em uma guerra e se prepara melhor para lutar em outras, do mesmo modo o cristão deve tirar bons proveitos das suas misérias humanas sabendo que é fraco e precisa do auxílio de Deus.

O esterco é, sem sombra de duvida, uma corrupção mas contudo, observa São Bernardo “ o lavrador e o jardineiro aproveitam no para que a terra produza frutos mais suculentos e abundantes”, veja mas o exemplo de Adão, a sagrada escritura diz: “ o senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim do céu, para cultivar o solo e o guardar” ( Gn 2,15) muito mais agora que depois da queda do homem, a terra produz espinhos ( Gn 3,18) e se deve ter muito mais cuidado para não nos ferimos de morte pois estes espinhos são venenosos. Não deixemos que os espinhos do orgulho brotem da nossa terra que é a nossa alma. São Francisco de Sales ensina a esse respeito que: “ o orgulho é um mal tão comum entre os homens, que nunca será demais prega lhes e inculcar lhes a necessidade que tem de perseverar na pratica da santa e amabilíssima virtude da humildade”.

Não nos esqueçamos que somos homens e não anjos, pois estamos sujeitos as nossas misérias que nos acompanham por onde quer que andamos, o que São Paulo escreveu devemos sempre meditar: “ aquele que julga estar em pé, tome cuidado para não cair” ( 1Cor 10,12) não há ninguém tão santo que não venha a cair, São Francisco de Sales doutor da Igreja e mestre nas ciências humanas afirma “é uma regra geral que ninguém será tão santo nesta vida que não esteja sempre sujeito a cometer imperfeições”.A bíblia de Jerusalém diz  “ que o fraco diga: eu sou um herói!”( Jl 4,10) pois pela nossa fraqueza reconhecemos que somos um nada e se fazemos algo de bom, temos a máxima certeza que vem da graça de Deus o apóstolo da graça se alegrava em suas fraquezas: “ eis por que sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto do sofrido por amor de Cristo. Porque, quando me sinto fraco então é que sou forte” ( 2 Cor 12,10), Santo Agostinho o doutor da graça declara: “ Nossa perfeição consiste

em saber que não somos perfeitos”, Santa Tereza de Ávila dizia: “ não acrediteis ter progredido na perfeição, se não vos julgardes piores de todos e se não deseja s ser tratado como os últimos”, diz São Francisco de Sales “ a imperfeição há de acompanhar nos até a sepultura, não podemos andar sem tocar a terra, o que não podemos fazer  é deitar nos e rebolar na lama, mas não ocorra pensar em voar, porque somos pintainhos e ainda não temos asas”.O conhecimento das nossas mazelas faz com que possamos vencer o nosso inimigo não por nossas forças, mas na força que vem do alto ( At 1,8), Santo Inácio de Antioquia exortava as comunidades dizendo “ Sê sóbrio como atleta de Deus” o que é esta sobriedade, se não o conhecimento de nossas misérias.

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Ir.Trovão - Fundador da Fraternidade

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